Um pastor evangélico que se identifica como gay compartilhou um impactante testemunho sobre sua jornada de autoaceitação e as pressões que sofreu dentro de contextos religiosos para passar por processos de “cura gay”. Suas declarações, divulgadas inicialmente pelo portal Fuxico Gospel nesta quinta-feira, 08 de maio de 2025, reacenderam o sensível debate sobre a homossexualidade no meio cristão e a validade das chamadas terapias de reversão sexual.

No relato, o pastor, cujo nome foi preservado em algumas divulgações para sua segurança, detalha as angústias e os conflitos internos que vivenciou ao tentar conciliar sua fé com sua orientação sexual. Ele descreve as diversas tentativas de “cura” a que foi submetido, incluindo aconselhamentos pastorais intensivos, retiros espirituais e orações específicas, que, segundo ele, não apenas se mostraram ineficazes, mas também causaram profundo sofrimento emocional e psicológico. “Lutei contra quem eu era por muitos anos, orei, jejuei, fiz tudo o que me disseram que precisava fazer. Mas a verdade é que eu não escolhi ser assim, e nenhuma dessas tentativas mudou quem eu sou em essência”, teria afirmado o pastor.

O testemunho do pastor gay levanta questões cruciais sobre o acolhimento de pessoas LGBTQIA+ na igreja e a abordagem pastoral em relação à diversidade sexual. A discussão sobre a “cura gay” é particularmente controversa, sendo que diversas organizações de saúde e psicologia ao redor do mundo não reconhecem a eficácia de tais práticas e alertam para os riscos que podem representar à saúde mental dos indivíduos. No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia proíbe que psicólogos ofereçam ou participem de terapias de reversão sexual.

Apesar disso, o tema continua sendo objeto de debate na igreja e em alguns círculos religiosos, onde a interpretação de textos bíblicos leva a diferentes entendimentos sobre a homossexualidade. O testemunho deste pastor se soma a outras vozes que buscam promover um diálogo mais aberto e compassivo dentro das comunidades de fé, defendendo um acolhimento cristão que não exija a negação da identidade sexual como condição para a vivência da fé.

A coragem do pastor em compartilhar sua história tem gerado uma onda de reações, tanto de apoio quanto de crítica. Muitos veem em seu relato um chamado à reflexão e à mudança de postura por parte das lideranças e comunidades evangélicas, enquanto outros reafirmam posições mais tradicionais sobre o tema. O portal EuIgreja.com se propõe a explorar essa discussão com a seriedade e o respeito que ela merece, ouvindo diferentes perspectivas e contribuindo para um entendimento mais profundo e humano sobre as complexas relações entre fé, identidade e sexualidade no século XXI.

É fundamental que o debate sobre a inclusão e o acolhimento de pessoas LGBTQIA+ nas igrejas continue, buscando caminhos que promovam o amor, o respeito e a dignidade de todos, em consonância com os princípios fundamentais do Evangelho.